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sábado, 13 de março de 2010

O Vinho e a Roupa

Gostaria de tratar de uma passagem muito interessante, situada em Marcos 2, 21 , que diz assim:

" Ninguém costura um remendo de pano cru numa roupa velha; senão o pedaço acrescentado, que é novo, repuxa a roupa, que é velha, e o rasgão aumenta. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; senão, o vinho fará estourar os odres, e perde-se o vinho como os odres; pelo contrário, para vinho novo, odres novos."



Certamente que Jesus não estava falando apenas de roupas e vinhos. Que mensagem estaria oculta nestes versos? O que significaria em nossa vidas a "roupa velha" ao qual não se põe um pano cru?
A roupa é algo que nos veste, que nos cobre, esconde nossas vergonhas,etc, mas vamos pensar simbolicamente. O que nos veste enquanto seres humanos, nos esconde de nos mesmos, cobre nossa vergonha? Não seria a moral arbitrária, as normas de condutas, as tradições, instituições, tabus, aparências joviais siliconadas, os diversos ismos que acoplamos em nossos medos, esta seria a tal roupa velha, na qual o evangelho verdadeiro seria como um pano cru, que ao ser costurado ajudaria a rasgar e arrombar ainda mais os buracos desta roupa que já não nos serve. Tal qual é o caso do odre (barril), que estando velho, gasto, já não aguenta mais o vinho novo, pois este o estouraria. assim é nossa alma, quando está cansada e abatida, as vezes não pela velhice, mas também no jovem, desiludido pela realidade e a falta de espiritualidade de nossa sociedade moderna. O vinho novo não pode ser recebido por um odre velho, por aquele que ainda acredita nas diversas mentiras contadas e enraizadas em nosso cotidiano, nossas noções de certo e errado, nossa vontade de dominação, nossa incapacidade de perceber o belo, o bem, nossa dificudade de nos conceber como parte da natureza e do todo. Para o vinho novo é preciso um odre novo, uma nova alma, um recomeçar, literalmente nascer de novo.
Quando deixamo-nos tocar pelo espirito de Deus, talvez algumas coisas que acreditavamos ser erradas, passem a ser certas e vice-versa, pois o olhar vai partir de outro lugar, não mais com a roupa velha do julgamento moral, mas a roupa nova dos filhos de Deus, revestida do amor e da liberdade.

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